Guardar a castidade nos pensamentos e nos desejos
Não cobiçaras a casa de teu
próximo, não desejarás sua mulher, nem seu servo, nem sua serva, nem
seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo
(Ex 20,17). Todo aquele que olha para uma mulher com o desejo libidinoso
à cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5,28).
O
Nono Mandamento exige vencer a concupiscência carnal nos pensamentos e
nos desejos. A luta contra a concupiscência passa pela purificação do
coração e pela prática da virtude da temperança. São João distingue três
espécies de cobiça ou concupiscência: a da carne, a dos olhos e a
soberba da vida.
O
Catecismo da Igreja Católica nos ensina, no número 2514, que
concupiscência significa qualquer forma veemente de desejo humano. São
Paulo a identifica com a revolta que a “carne” provoca contra o
“espírito” (cf. Gl 5,16.17.24). O Nono Mandamento não se dirige contra o
desejo em si, mas contra os desejos desordenados. Portanto, este proíbe
cultivar pensamentos e desejos relativos às ações proibidas pelo Sexto Mandamento – Não cometer o adultério.
A
atração erótica entre um homem e uma mulher foi criada por Deus e é,
consequentemente, boa, pertence ao ser humano. Ela procura unir o homem e
a mulher, fazendo nascer deles a descendência do seu amor. Esta união
deve ser protegida pelo Nono Mandamento. Jogando com o fogo, isto é,
lidando negligentemente com a crepitação erótica entre o homem e a
mulher, podem ser colocados em risco o casamento e a família, afirma o
Catecismo Jovem – Youcat (462).
Portanto, fazei morrer o que em vós é terreno:
imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza, que é uma
idolatria (Cl 3,5).
Esta é a ordem de Deus expressa nesse
mandamento, o Senhor deseja que o homem viva uma vida casta e pura,
valorizando-se e respeitando o outro, por meio da castidade em atos, pensamentos e palavras, pois, quando
nos dedicamos ao Altíssimo com o intuito puro, Ele transforma o nosso
coração, dá-nos a força necessária para correspondermos à Sua vontade e
para nos afastarmos de pensamentos e desejos impuros.
CN