sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Ser avós !







Todo domingo era a mesma coisa: no final da tarde, a menina ia até a casa da avó e, já na porta da rua, se deliciava com o cheiro de sopa saindo do fogão e pipoca estourando na panela. Ao entrar, contava as moedas de um antigo porta-níqueis e ia correndo trocá-las por doces no mercado mais próximo. Lá, diferente do que acontecia na casa de seus pais, ela podia saciar quase todas as suas vontades. O dia mais aguardado da semana, porém, não se limitava a momentos gastronômicos. “Nunca vou me esquecer dos afagos, do colo, da voz, dos seus cabelos acinzentados quase roxos”.- O depoimento é de Gislaine Brossi Guides, de Indaiatuba, interior de São Paulo.-


Pare um minuto para pensar e responda: quantos avós “tradicionais” (como a avó citada no início desta reportagem) você conhece? Eles ainda podem ser vistos por aí, mas a imagem de velhinho frágil, delicado e de cabelos brancos parece estar cada vez mais afastada do nosso cotidiano. Hoje, avôs que praticam esportes com os netos e avós que saem para jantar e passear com as netas, por exemplo, são figuras bastante comuns nas cidades – e todos saem ganhando com isso. “Pessoas mais saudáveis estabelecem vínculos mais saudáveis, e repertórios mais amplos permitem uma variabilidade maior de interesses. Esses ‘novos’ avós e netos têm, nesse sentido, mais pontos de contato. 
Acontece que nem tudo é um mar de rosas nessa história. Se você já deixou seu filho com os avós, com certeza sabe que os desentendimentos são inevitáveis. Quando a criança apresenta um sintoma de alguma doença, você acha que ela deve ser tratada de determinado jeito, mas eles dizem que têm outra receita mais eficiente. Quando ela fica com vontade de certo doce, você fala que é melhor comê-lo em outra hora, mas eles não resistem e logo cedem ao desejo do neto. Fica então a dúvida: como agir nesses casos?
O mais importante é que os papéis sejam bem definidos. Os pais precisam aceitar a sabedoria dos avós, assim como esses devem respeitar a autoridade dos pais. Todos vão palpitar, sim, sobre assuntos que envolvem a criança, mas, com uma boa conversa, entrar em um acordo não será tão difícil.
- Quando acontecer algum desentendimento, respire fundo e deixe a discussão para um momento em que a criança não esteja presente. Isso garante uma convivência pacífica e saudável entre todos.
 Lembre-se dos momentos felizes e divertidos que você mesmo passou ao lado dos seus avós fazendo tudo aquilo que lhe era proibido pelos pais e que, no entanto, não lhe fizeram mal nenhum.

abraço da vovó Dóris