Desafios na educação cristã/católica dos filhos
O principal desafio que a família de
hoje deve estar atenta na educação cristã dos seus filhos não é
religiosa, mas antropológico, a maneira, a visão, a concepção em
entender quem é o ser humano: a ditadura do relativismo segundo o qual
não existe uma verdade única, objetiva, geral para todos sobre quem é o
ser humano e, por conseguinte, tampouco sobre o matrimônio e sobre a
família. Evidencia-se, assim, o individualismo, em que cada um faz o
quer e como quer.
O relativismo e o individualismo afirmam
também que não existe um Deus comum a todos, cada um cria e se
relaciona com seu próprio Deus e tampouco existem verdade única, normas
éticas e valores permanentes. Cada um deve acreditar e fazer no que é
melhor para sim mesmo na construção da sua própria felicidade. Eu sou a
minha própria verdade e caminho.
Assim, os juízos sobre os valores morais, quer dizer, sobre o que é bom ou mau e, por isso, sobre o que deve fazer ou omitir, não pode proceder segundo o arbítrio individual. O ser humano, no mais profundo da sua consciência, descobre a presença de uma lei que ele não dita a si mesmo e à qual deve obedecer. Esta lei foi escrita por Deus no seu coração, de modo que, além de aperfeiçoar-se com ela como pessoa, será de acordo com esta lei que Deus o julgará pessoalmente.
Assim, os juízos sobre os valores morais, quer dizer, sobre o que é bom ou mau e, por isso, sobre o que deve fazer ou omitir, não pode proceder segundo o arbítrio individual. O ser humano, no mais profundo da sua consciência, descobre a presença de uma lei que ele não dita a si mesmo e à qual deve obedecer. Esta lei foi escrita por Deus no seu coração, de modo que, além de aperfeiçoar-se com ela como pessoa, será de acordo com esta lei que Deus o julgará pessoalmente.
Diante da realidade relativista e
condicionante, a família tem hoje a inevitável tarefa de transmitir aos
seus filhos a verdade sobre quem é a pessoa humana e como essa pode
atingir a satisfação de todas as suas necessidades. Como já ocorreu nos
primeiros séculos, hoje é de capital importância conhecer e compreender a
primeira página do Gênesis: existe um Deus pessoal e bom, que criou a
sua imagem e semelhança o homem e a mulher com igual dignidade, mas
diferentes e complementares entre si, e deu-lhes a missão de gerar
filhos, mediante a união indissolúvel de ambos em uma só carne
(matrimônio). Um ser humano que é essencialmente relação e comunhão.
O ser humano recebeu de Deus uma
incomparável e inalienável dignidade, criado à sua imagem e semelhança e
destinado a ser filho adotivo. Cristo, com sua encarnação nos concedeu
essa graça, somos filhos de Deus. Por ter sido criado à imagem de Deus, o
ser humano tem a dignidade de pessoa: não é só alguma coisa, um ser
individual de produção e lucro, mas alguém.
É capaz de conhecer-se, de dar-se
livremente e de entrar em comunhão com outras pessoas. Esta relação com
Deus e com outras pessoas pode ser ignorada, relativizada, esquecida ou
removida, mas jamais pode ser eliminada, porque faz parte constitutiva
do ser humano, seria o mesmo que eliminasse das pessoas o respirar,
alimentar-se, dormir. Isolar-se é adoecer.
As consequências de não correspondência ao desígnio de Deus são desastrosas para a pessoa, a família e a sociedade. Assim se explica a justificação do aborto como um direito da mulher, as tentativas de legalizar a eutanásia, o controle artificial dos nascimentos, as leis cada vez mais permissivas do divórcio, as relações extraconjugais, as uniões homoafetivas e outras.
As consequências de não correspondência ao desígnio de Deus são desastrosas para a pessoa, a família e a sociedade. Assim se explica a justificação do aborto como um direito da mulher, as tentativas de legalizar a eutanásia, o controle artificial dos nascimentos, as leis cada vez mais permissivas do divórcio, as relações extraconjugais, as uniões homoafetivas e outras.
Amar significa dar e receber o que não
se pode comprar nem vender, mas só presentear livre e reciprocamente.
Graças ao amor, cada membro da família é reconhecido, aceito e
respeitado em sua dignidade. Do amor nascem relações vividas como
entrega gratuita, e surgem relações desinteressadas e de solidariedade
profunda. Como a experiência o demonstra, mesmo das famílias em
constante conflito e tensão, a família constrói cada dia uma rede de
relações interpessoais e prepara para viver em sociedade na
possibilidade e ideário de um clima de respeito, justiça e verdadeiro
diálogo.
Os pais ter a autoridade de educar hoje a
seus filhos com confiança e valentia nos valores humanos e cristãos,
começando pelo mais radical de todos: a existência da verdade e a
necessidade de procurá-la e segui-la para realizar-se como pessoas
humanas. Outros valores chave hoje são o amor à justiça e a educação
sexual clara e delicada que leve a uma valorização pessoal do corpo e a
superar a mentalidade e a praxe que o reduz a objeto de prazer egoísta.
A família, em sintonia com a Igreja e,
mais em particular, com o Papa, os bispos e os padres colabora com que
as pessoas desenvolvam alguns valores fundamentais que são
imprescindíveis para formar cidadãos livres, honestos e responsáveis,
por exemplo, a verdade, a justiça, a solidariedade, a partilha, o amor
aos outros por si mesmos, a tolerância. Uma mesa que prepara a mesa da
Eucaristia, em que todos compartilham os mesmos alimentos. A criança vai
incorporando assim critérios e atitudes que o ajudarão mais adiante
nesta outra família mais ampla que é a sociedade.
Pe. Wladimir Porreca
Assessor nacional para a Vida e a Família/CNBB
Assessor nacional para a Vida e a Família/CNBB